sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Sempre continua essa merda de vida
Merda de planos
A gente sempre buscando essa coisa que nunca chega
Mas as gente confia, sempre.
Agente bebe para construir uma alegria,
Mas a bebida não mente,
Ela diz que você está sozinho nesta porra de mundo.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Meu trabalho

Quem disse que a biblioteca é lugar de silêncio?
Aliás quem é que falou que a bibliotecária é beata, velha, gorda e chata?
Meus caros, sinto-lhes contar a verdade,
Mas a biblioteca é o contrário de tudo que existe no imaginário de vocês.

Faz-me rir quando leio aquela placa de silêncio.

A biblioteca é guerra constante, é conquista constante.
É o que se pode chamar de lugar das oportunidades...

Cada livro, cada idéia, cada memória, cada teoria,
Cada pensamento, cada pó, cada rasgo, cada risco, cada prateleira...!

(Ao ponto que eu queria chegar:) Benditas prateleiras!
Infinitas por cinco minutos, corredor de 29 passos, labirintos de conhecimento...
Ah, meus caros, se soubessem o que se passa entre as prateleiras!-Ficariam apenas entre elas-.

Bibliotecárias são aquelas que conhecem toda a Universidade.
São aquelas que fazem favores, que tem o contato de todos...

As bibliotecárias! São caçadoras de corações:
Analisam, conversam, contactam, agem,
Não perdoam... Graças os pseudos auxilios de sua função.
A biblioteca não é qualquer lugar, nem para qualquer um.
Deve-se entrar armado, protegido.
Estar na biblioteca é sempre um risco,
De arrancar pensamentos, multilar ideias,
Embriagar dúvidas,
A biblioteca é um prostíbulo, lugar de perdição.

As ideias, a escuridão

Não sei por que tanta gente tem medo do escuro
As pessoas não temem a luz
Por poder enxergar "as coisas".

As pessoas temem a escuridão,
Por não enxergar nada,
Por que "as coisas" não tem forma materializada,
Por que tudo pode acontecer.

Na verdade as pessoas não temem o escuro,
Mas temem a sua própria imaginação, a própria idéia.

Mas se "as coisas" que hoje vemos na luz,
Foi um esboço, ou uma tentativa de se construir o que se imaginou,
Neste sentido, penso que não deve existir motivo para temer a escuridão.

Aliás até a meia luz é interessante
Por que quantas coisas era para ser uma coisa e no processo da ideia para matéria foi transformado?

Virgem

Faz tempo que não falo bobagens, como fazia outrora.
É que a vida, hoje em dia, anda tão corrida,
E o ambiente, as coisas, as pessoas, as ideias,
São tão diferentes de quando eu era virgem.

Virgem de teorias, virgem de acadêmia, virgem de sonhos...
Eu era tão diferente!

As coisas são mais complecas, porém mais fáceis de serem entendidas.
Antes eu procurava respostas...
Hoje eu até as encontro, mas de maneiras, as quais, não estou de acordo.

Quando eu era virgem eu penteava o cabelo e banhava-lhe com ervas,
Quando eu era virgem eu acreditava ser possível alcançar um mundo mais justo
Quando eu era virgem eu acreditava no paraíso e em Deus.
Acreditava que poderia ser feliz.

Agora, que não sou mais virgem sei que amei de verdade.
Mas que os finais são trágicos.
Depois que o véu da pureza rasgou-se
Percebi que o mundo é justo apenas em nossas utopias.

Existencialismo

-...
-Não, não é paixão, é só tristeza
-...
-Não sei, não pintei um quadro, nem escrevi um poema
Ao contrário eu não fui pura!

Eu fumei, eu bebi e toquei o foda-se!
Fui ao contrário do que eu era.

Entendo que tudo é um processo,
E que estou propicia a mutuações...
Mas é que agora há um conflito entre a menina do campo
E a jovem revoltada.
Ambas buscam espaço dentro de mim
Ora sou uma, outrora sou a outra.

Mas que define as mudanças?
Talvez o relacionamento com as outras pessoas,

Talvez eu não seja nem uma, nem outra,
Apenas estou confusa por uma crise daquelas de Sósia.

A biblioteca

Aqui nesta biblioteca
As idéias contidas nestes livros
Começam a falar, resmungar nos meus ouvidos
Sufocando a minha mente.

Todos os livros falam de uma vez só,
e ficam envolta de mim;
Não há como discernir, eles não esperam que eu os leiam
Eles invadem...

E ainda, eu vejo, que os autores- já falecidos-
Vagueiam por entre os corredores das prateleiras
Para ver sobre o que os acadêmicos criticam

A biblioteca- ao contrário de que muitos pensam-
Não é nada calma.`
É um ambiente tenebroso
Que conflituam idéias, que conflituam valores

Suplícios

Os condenados por suas loucuras
Esperavam o espetáculo do suplício
Este seria o último momento destes atores em vida.

Os espetáculos se manifestavam de diversas formas
Desde amarrar os membros dos condenados em quatro cavalos
-Um para cada membro-
E fazer com que cada cavalo vá para uma direção diferente,
assim os condenados imploravam pela morte, mas ela demorava a chegar.

Há os que contam sobre alguns condenados, que eram submetidos a coleiras
E os ferreiros iam martelar seus pescoços.

Há os que em seu ânus era enfiado um ferro ponteagudo
Que atravessava até o estômago;

Há os que prendiam que cortavam a barriga enroscando a tripa do condenado no arame
E quando mais se relutasse para tirá-la, mas ela saía.

Diante de tantos sacrícios, caros leitores, vocês imaginam que as pessoas apenas morriam?
Pensam que a morte apenas vinha e lhes trazia o conforto, a paz?
Muitas vezes eram inocentes... (Sabem como era a Idade Média)

Eles desejavam a morte,
Mas ao invés disso morriam apenas fisicamente,
Seus espiritos continuam vagando pelas cadeias,
Pelas cidades...

Numa noite, a Inquisição de Santo Ofício,
Pegou os trinta condenados, e sacrificou-lhes...
O espírito deles não acompanhou o corpo.

Aquela noite no santuário de sacríficios
-na própria cadeia- ninguém conseguiu dormir:
Ouvia-se uma cantiga de ninar,
Passos de uma ciranda,
Gritos de dor e gargalhadas exuberantes.

Os supliciados vieram visitar a cadeia.
A noite anda feliz.
Os monstros não mais a pertubam
Ela cresceu, não há mais luz depois das nuvens.

Ela sorriu, mostrou-me seu tamanho
Incendiou-me de tanta liberdade que temi,

As paredes se moveram. Pudeadentrar e ver o que estava oculto.
Mas não sei, não me sinto preparada.
Medo? Talvez do silêncio, e um a vaga consciencia,
Medo do vazio.

Sim toquei. Mas há tempos que não produzo,
Não que eu não queira, mas são tantas coisas para se pensar e fazer
Que não dou tempo para os pensamentos traduzerem-se num sentido animal
Quando eles estão na mende vagueiam...
Como um rio sem percurso, sem sentido.
Agora quando converte-se em palavras, busca-se um sentido.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Cebecinha?

Como pode em um mísera cabecinha
Caber tantas curiosidades?
Depois reclama das pertubações,
Mas também se envolve com cada coisa!

Primeiro veio aquela ideia de comunismo, de justiça, uma coisa bonita, mas muito sacrificante, pois as ferramentas são escassas.

Paralelamente, vem as letras, os tios, as poesias, em meio este caminho conhece a nostalgia, melancolia, descobre o vinho, a lua, a boêmia, pink floyd e goethe.

Depois veio a ideia de hippie, largar todo o matérial, tudo aquilo que as pessoas acham importante, e desvendar este mundinho de meu deus. Escuta Raul, escuta ventania... E em meio estas piras entrou hare krishna, depois de umas leituras viu que naõ era bem o que queria.

Ela queria fazer todas as suas vontades, sentir prazer, começou a curtir as ideias de Epicuro e elas adicionada ao rock contaminaram sua cabeça, e assim tornou-se bebada,louca, mais livre, que a fez tocar o foda-se.

Consequentemente vieram as ideias das drogas, um baseado aqui otro acolá, ela sonha em conhecer o mundo de Alice... Essas ideias já existiam, mas o que faltava era coragem, hoje já não mais falta.

Depois veio a ideia de bruxaria, xamanismo, alquimia, druidas... Todo este mundo esotérico, ela acredita que vai encontrar aí uma resposta.

Os iluminados, os pagãos, os gregos, os egipcios, os nazistas, os negros, os índios, os brasileiros...

O samba, a bossa nova, a pompa...
A america, o sincronismo...

Marx, Satre, Engels, Prado Júnior, Le goff, Yves Le Castel, Bachelard, Tucídes, Victor Hugo, Picasso, Salvador Dalí, Max Nordeau, Carlos Castañeda, Drummond, Bandeira, Meireles, Lispector, shakespeare, Gestald, Freud, vygotsky, Ágata Cristi, Edgar Allan Paul, Gramsci.
Pink floyd, Mutantes, janis joplin, Legião, Elis Regina, Cazuza, Cássia Eller, Chico Buarque, Led zeppelin, Aerosmith, iron, beatles, rolling stones...

As loucuras dos gênios...
Tudo isto a contaminou.

E ainda recebe visita dos duendes,

E escuta os antigos escravos, tocar os batuques, conividando-a para o candomblé.

Depois que a menina diz sobre sua maluquez, e sobre a morte que a tanto a persegue,
A chamam de fútil, inconsequente.

Mas como ela com toda sua curiosidade,
que busca chegar em cada gérmen,
em cada átomo de ideia citada,
Conseguirá sobreviver?

Se a realidade não cabe neste mundo- que é o dela-
Se as ideias são tantas que não cabem em sua cabeça...

Se ela se contentasse em apenas conhecer,
Mas não ela quer perguntar...

Mas é assim uns nascem para ser avós e outros para morrer aos 27 anos.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Sufoco

-Pára!
Chega. Eu não posso mais escrever,
A realidade me obriga, prender-me a ela.

-Pára de me atormentar e me diz logo o que você tem!
-Saia logo de dentro de mim!
Eu sei que faz isso atraves das palavras...

Mas vai lá diga, meu pulso já está doendo.
Meu físico não acompanha a alma!
Ele prende-a
Mas ela quer se libertar, quer ser livre, para conhecer tudo que pode.

Maldito corpo! Desfalece perante a ausencia daquela que lhe dava vida.
Agora é como os outros: Fantoches de um mundo fútil.

A viagem

A menina sonhava
Sonhava em um dia encontrar
Seu amigo que vivia no norte

Ela sabia que para as angústias da vida não existia mais soluções
Mas antes que consumisse a cicuta,
Ela queria ter um momento de plenitude

Veste o lenço escuro das borboletas
Amontoa suas poesias, suas fotos, suas memórias
E manda para o menino via correio

Suas roupas... Para que roupas?
Ao invés disso leva o filtro de sonhos,
Segura seu urso e sente que não há mais tempo.

O menino a espera angustiado,
Não está confortável, algo incomoda
Uma preocupação, mas lamentavelmente nem ele sabe o porquê.

A menina embarca naquele avião sozinha
Com medo, nostalgica,
Despedindo-se das pessoas e dos sentimentos
Com uma nudez de palavras e uma nudez de vida.

Sentia apenas a adrenalina

Ao contrário do que o amigo dissera
Ela tomou LSD
E os sentimentos se confundem
Há uma mistura entre o real e o irreal.

O avião segue seu destino e a menina falava com o urso
Fazia-se de boneca.

Desembarcava nos aeroportos e seguia as libélulas...

O seu lenço caiu,
Cismou que o dragão iria roubá-lo
Como a menina chegaria ao norte
Sem o lenço escuro das borboletas?

Correu em direção ao dragão
Achando que poderia detê-lo
O avião acelerado em partida
A atropela.

A menina voou, voou,
Assim como voava em seus sonhos....

Sua cabeça voou para um lado e sua perna para outro
Sangue jorrava naquele chão.

Como uma bolha de sabão que estoura,
O avião a estourou

Encontraram um vidro em seus restos mortais
Dedicado ao verdadeiro sentido da vida.

Seu amigo a esperou em todos os crepusculos,
Mas ela nunca chegou

Seus pais ficaram sabendo que naõ mais estava na casinha de boneca
Nem em lugar algum.

A menina apenas sonhava em conhecer o menino do norte,

Antes que eles a levassem

...

Mesmo depois de ter passado o inverno
Ela pensa em coisas que não deveria,
Não exatamente pensa, ela foge destes pensamentos porque sabe que faz mal à ela
Mas todos sabem que vem um vento e levanta a poeira que está escondida...

Mesmo não querendo possui os mesmos sentimentos que no outono.
Porém camuflados.

Ela quer ser feliz,
Por isso se apega as contradições.

"IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS"

Tudo o que há em mim, há em Deus.
A diferença é que Deus tem todas as respostas
E eu tenho as perguntas.
Talvez, por isso a morte é a plenitude.

Pode ser que, depois da morte, haja um Deus
Que dê as respostas à quem perguntar

Mas, ainda, se a morte for o que proponho - o silêncio-
A plenitude será alcansada da mesma forma
-Não no sentido de receber respostas-
Mas no sentido de não fazer mais perguntas

Não fazer perguntas?
Que plenitude é essa?

-Minha cara, dúvidas e sensação de plenitude são ânsias humanas.
Quando a morte beija a face do humano, o humano já não é humano,
Torna-se o silêncio.

Silêncio das respostas, enquanto se vive.
E silêncio na morte enquanto perguntas ausentes.

Angustia de um estudante

Ser cognitivo?
Não ser cognitivo!
Ser dialético?
Não ser dialético!
E a fenomenologia ontológica?
É tão difícil! Tantas idéias...
Que se confrontam tão alto que desemboca um efeito de surdez em algumas pessoas
Que posso eu mera mortal, que à partir dessas ideias que se confrontam,
eu, construir a minha?
Perfeitamente, colher elementos e ideais das árvores dos mestres
Mas aqui na nossa pequenez já é difícil subir até o olimpo,
Quem dirá construí-lo, à partir da contradição,
à partir da análise desta contradição!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Morte

A mente.
A consciencia.
O psique.
O espiríto.
O ego.
O inconsciente.
A vida.
A morte.
A poesia.
O vinho.
O violão.
A lua.
O campo.
O lago.
Ausencia de pessoas.
Ausencia de discernimentos.

Os pensamentos.
A mente.
Os fantasmas...

Esvaimento de sangue.

A cortina vermelha

A cortina coloria o quarto
O quarto triste e quieto que era,
Só tinha a cortina de feliz.
Era meio manchada com a cor vermelha que vidava o ambiente

O quarto era branco.
Todas cores, equivalendo à nenhuma cor.
Sentimento de ausencia de cores.

A menina via o violão no canto da parede, a cama no outro,
Tudo era branco... Exceto a cortina!
Não havia guarda-roupa, música, quadro,
mas a menina não se sentia vazia.

Aquela brancura talvez fosse a busca de paz que ela tanto queria...
Mas os amiguinhos, mesmo ela trancanda no quarto, íam visitá-la.
Conversavam e ela se sentia bem, eles traziam as cores que ali estavam ausentes
Mas sempre no auge da conversa,
Alguém entrava no quarto e a dopava.
Por vezes renegava tomar aquilo,
Consequentemente, amarravam-na com uma blusa toda branca.

Ela sentia que queriam branquear sua vida, seus sonhos,
Sufocavam-na com essa cor o tempo todo.
Mas graças aos amiguinhos, a cortina sempre estava com tinta vermelha.

Até que um dia a mancha invadiu a cortina,
E enxarcou-a por inteiro.
Foi o dia que o quarto ficou mais lindo!
Mas também o último dia dela.

A menina louca

A menina vai morrer... vai morrer!
A menina louca, louquinha,
Foi internada.
Todos sabem que ela vai morrer!

Ela faz muitas perguntas,
Não aceita o mundo, a vida como é.
Busca respostas nos livros,
Mas não há respostas!
Por que a vida é viver, e não um jogo de perguntas e respostas.

Mas ela não entendia isso.
As perguntas eram tantas que não cabiam em sua cabeça
Devoravam-na... Os ouvidos, a boca, o peito, o coração, a alma...
Devoravam-na por inteira.

A menina louca, morreu de perguntas.

Esperança

A menina que escrevia poemas
Saiu a rua em direção a lápida
Fazia tempo que não escrevia
Jazia na solidão mordaz da sua alma
Solidão para os ditos racionais
Realmente ela era sozinha
Vivia naquela casa abandonada no campo azul

Mas não era o que ela sentia.
Não era o que ela via.
Não era o que ela ouvia!

A doce menina que escrevia poesia era pertubada! hahahaha pertubada...
Os bichinhos vinham falar com ela: Any... Any...
E sussurravam, sussurravam... Como eram lindos!
Eles a espionavam...
E ela sempre em sentido de alerta esperando que algo acontecesse...Mas nunca nada acontecia.

A menina ficava encolhida no canto da sala
Escutando os batuques, escutando os berros dos escravos...
A menina não podia fazer nada!
Por vezes sentia vontade de cortar os pulsos...
Para matar sua sede, sede de ver seu sangue, sede de sentir dor.

Por vezes sentia vontade de suicidar-se para que o mundo paralelo lhe fosse entregue totalmente,
Mas esta noite ela sentiu o desejo de ver olado escuro da lua
Subiu até o santuário
Admirou o epitáfio com a descrição:
"Any aos 14 anos, falece de aberração mental"

A menina com os olhos oblícuos e pesados pela estranhesa do momento
Desvaira em prantos
Até que o menino aparece, beija-lhe a mão e diz:
"Calma, que talvez eu possa te ajudar"
E foram as duas crianças com desejo incansável e insaciável de encontrar o caminho das flores.

Mocidade

Aquela moça que já não tinha pensamentos claros
Recebe por dádiva a habilidade de escutar vozes
Quando em seu leito repousava
Aparece um velho na janela e ri e desvanece-se
A menina pensa e nada
Ela vê um vulto, confere,
Não há ninguém.
Coloca um cd vindo de longe
Escuta, se identifica
Mais as músicas, as músicas,
Não saem da sua cabeça
A pertubam...!
Ela quer escutar o tempo e ninguém pode dizer que não
A moça sempre escuta uma menina de cabelos lisos com chiquinha...
A moça sempre acha que os gnomos vão aparecer...
As vozes orbitam pelos pensamentos inacabados.