segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A cortina vermelha

A cortina coloria o quarto
O quarto triste e quieto que era,
Só tinha a cortina de feliz.
Era meio manchada com a cor vermelha que vidava o ambiente

O quarto era branco.
Todas cores, equivalendo à nenhuma cor.
Sentimento de ausencia de cores.

A menina via o violão no canto da parede, a cama no outro,
Tudo era branco... Exceto a cortina!
Não havia guarda-roupa, música, quadro,
mas a menina não se sentia vazia.

Aquela brancura talvez fosse a busca de paz que ela tanto queria...
Mas os amiguinhos, mesmo ela trancanda no quarto, íam visitá-la.
Conversavam e ela se sentia bem, eles traziam as cores que ali estavam ausentes
Mas sempre no auge da conversa,
Alguém entrava no quarto e a dopava.
Por vezes renegava tomar aquilo,
Consequentemente, amarravam-na com uma blusa toda branca.

Ela sentia que queriam branquear sua vida, seus sonhos,
Sufocavam-na com essa cor o tempo todo.
Mas graças aos amiguinhos, a cortina sempre estava com tinta vermelha.

Até que um dia a mancha invadiu a cortina,
E enxarcou-a por inteiro.
Foi o dia que o quarto ficou mais lindo!
Mas também o último dia dela.

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