segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Esperança

A menina que escrevia poemas
Saiu a rua em direção a lápida
Fazia tempo que não escrevia
Jazia na solidão mordaz da sua alma
Solidão para os ditos racionais
Realmente ela era sozinha
Vivia naquela casa abandonada no campo azul

Mas não era o que ela sentia.
Não era o que ela via.
Não era o que ela ouvia!

A doce menina que escrevia poesia era pertubada! hahahaha pertubada...
Os bichinhos vinham falar com ela: Any... Any...
E sussurravam, sussurravam... Como eram lindos!
Eles a espionavam...
E ela sempre em sentido de alerta esperando que algo acontecesse...Mas nunca nada acontecia.

A menina ficava encolhida no canto da sala
Escutando os batuques, escutando os berros dos escravos...
A menina não podia fazer nada!
Por vezes sentia vontade de cortar os pulsos...
Para matar sua sede, sede de ver seu sangue, sede de sentir dor.

Por vezes sentia vontade de suicidar-se para que o mundo paralelo lhe fosse entregue totalmente,
Mas esta noite ela sentiu o desejo de ver olado escuro da lua
Subiu até o santuário
Admirou o epitáfio com a descrição:
"Any aos 14 anos, falece de aberração mental"

A menina com os olhos oblícuos e pesados pela estranhesa do momento
Desvaira em prantos
Até que o menino aparece, beija-lhe a mão e diz:
"Calma, que talvez eu possa te ajudar"
E foram as duas crianças com desejo incansável e insaciável de encontrar o caminho das flores.

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